Nesta quinta-feira (26/7), operários, aposentados, desempregados, estudantes, professores, donas de casa, sindicalistas, trabalhadores ambulantes, etc., realizam discussão sobre a formação do Comitê de Boicote a Farsa Eleitoral em Belo Horizonte. O encontro será realizado às 19 horas no auditório da Escola Popular Orocílio Martins Gonçalves, à Rua Ouro Preto, 294, bairro Barro Preto, em Belo Horizonte.
Não participar das eleições, votar nulo, abstenção, são algumas das proposições que serão debatidas e a organização do Comitê para realizar comícios, debates, distribuição de panfletos, colagens de cartazes, entre outras atividades.
Nas últimas eleições, o índice de abstenção, votos nulos e brancos atingiu mais de 25% da população. Apesar dos milhões torrados em marketing eleitoreiro, apesar do bombardeio ideológico e da chantagem da obrigatoriedade do voto, apesar das promessas mentirosas, o povo disse não às eleições e, como nunca, boicotou ativamente e protestou contra a farsa de democracia promovida pelo Estado burguês latifundiário. Trinta e quatro milhões, duzentos e nove mil, seiscentos e oitenta e nove pessoas não votaram, anularam o voto ou votaram em branco no pleito para o posto de presidente da república, ou mais exato, de gerente da semicolônia.
Nessas eleições municipais, o teatro eleitoral está de novo em plena atividade. Em BH, depois do desacerto do acordo PT-PSB-PSDB, Patrus e Marcio Lacerda correm desesperados atrás do voto. Protagonizam almoço em restaurante popular, lanche em boteco, etc., em uma busca frenética de proximidade com a população. São esses mesmos que depois viram as costas para o povo, deixam as escolas, hospitais e outros serviços públicos em condições precaríssimas e só participam de faustos jantares com ricos empresários sorvendo caríssimos vinhos Romanée-Conti (que custa a bagatela de R$ 40 a 89 mil a garrafa, enquanto o salário mínimo é de apenas R$ 622, um dos menores da América Latina).
Quando Patrus era prefeito mandou despejar as famílias pobres da ocupação denominada Vila Corumbiara, e Marcio Lacerda fez o mesmo mandando despejar as famílias da ocupação Eliana Silva, no Barreiro. Até pedras são colocadas debaixo de viadutos para que os pobres jogados nas ruas nem lá possam se abrigar. A policia e guarda municipal, cada vez mais ostensivamente armados (fuzis, metralhadoras, carros blindados, armas de choque, spray de pimenta, etc.) agridem cada vez mais os pobres, particularmente os trabalhadores em greve, seja qual for o prefeito eleito.
Como tão bem assinalava o grande e magistral dirigente da classe operária, Karl Marx, ao analisar as eleições feitas pela burguesia: “autoriza-se aos oprimidos a decidir uma vez de tantos em tantos anos qual precisamente dos representantes da classe opressora que os representará e reprimirá no parlamento!” E acrescentava outro grande dirigente, Wladmir Lênin: “Por outras palavras temos no capitalismo o Estado no sentido próprio da palavra, uma máquina especial para a repressão de uma classe por outra, e, além disso, da maioria pela minoria”. As eleições, portanto, manipuladas e controladas pelo poder do dinheiro, do capital, legitimam esse podre sistema de exploração, onde os grandes grupos econômicos, a burguesia e a latifúndio, que são minoria da população, financiam e dominam os cargos políticos que elaboram as leis e tomam as decisões que oprimem, exploram e esmagam a maioria da população.
O parlamento e os gerenciamentos desse velho Estado são um verdadeiro circo. Nele, transitam com desenvoltura e pululam todo tipo de larápios, de corruptos e de falsários, desses o menos palhaço é o deputado Tiririca, pois trata-se de comediante profissional.
É contra toda a situação de opressão, contra a miséria e contra a farsa eleitoral que o povo está se unindo para lutar, fazer Comitês de Boicote e repudiar ativamente a farsa das eleições burguesas.